Pesquisa global da Deloitte revela que apenas 6% dos jovens da Geração Z almejam cargos de liderança sênior, enquanto a maioria prioriza estabilidade, propósito e habilidades interpessoais para se proteger da automação.
A Geração Z e os Millennials estão redefinindo o futuro do trabalho, mas com preocupações distintas das gerações anteriores. Uma pesquisa anual da Deloitte, realizada com mais de 23 mil profissionais em 44 países, mostra que esses jovens estão céticos em relação à inteligência artificial, questionam o valor do ensino superior e demonstram pouco interesse em cargos de liderança tradicional.
Abaixo, as principais descobertas do estudo sobre como essas gerações estão encarando o mercado de trabalho em 2025:
1. Inteligência Artificial: Otimismo Cauteloso
Mais de 60% dos jovens profissionais temem que a IA elimine empregos, levando muitos a buscar funções consideradas “à prova de automação”.
- 2/3 deles já estão tomando medidas para proteger suas carreiras, como desenvolver habilidades complementares à tecnologia.
- Elizabeth Faber, diretora global de pessoas e propósito da Deloitte, alerta: “As empresas precisam comunicar claramente como a IA vai transformar – e não substituir – funções.”
- Investir em requalificação e soft skills (como empatia e adaptabilidade) será essencial para manter relevância no mercado.
2. Soft Skills: A Nova Moeda do Mercado
Enquanto a IA avança, habilidades interpessoais ganham ainda mais destaque:
- Mais de 80% da Geração Z e Millennials acreditam que competências como criatividade, colaboração e liderança emocional são mais importantes do que conhecimentos técnicos.
- “Na era da IA, o diferencial será o elemento humano”, diz Faber. “Eles sabem que máquinas não substituem conexões reais.”
3. Mentoria: A Lacuna que Pode Custar Talentos
Jovens profissionais querem orientação, mas muitas empresas falham nisso:
- 50% desejam mentoria de seus gestores, mas apenas 36% a recebem.
- 79% da Geração Z consideram trocar de emprego se não tiverem oportunidades de aprendizado.
- “Líderes precisam ir além da supervisão e oferecer inspiração e desenvolvimento”, ressalta Faber.
4. Liderança? Só se for com Equilíbrio
Apenas 6% da Geração Z tem como objetivo principal chegar a um cargo sênior.
- Não é falta de ambição, mas uma redefinição de sucesso: priorizam bem-estar mental, flexibilidade e propósito no trabalho.
- “Organizações precisam repensar trajetórias de liderança, eliminando a cultura do ‘workaholic’”, afirma Faber.
5. Propósito e Segurança Financeira São Prioridades
- 89% da Geração Z e 92% dos Millennials buscam empregos com sentido, seja impacto social ou liberdade financeira.
- 48% dos jovens estão preocupados com dinheiro, levando muitos a buscar renda extra ou priorizar empresas que ofereçam estabilidade.
6. O Declínio da Confiança no Ensino Superior
- 1/4 dos jovens profissionais acredita que a faculdade não os prepara para o mercado atual.
- Alternativas como cursos técnicos, bootcamps e aprendizados on-the-job ganham espaço.
- “Empresas e instituições de ensino precisam se unir para criar formações mais práticas”, sugere Faber.
Conclusão: O Que as Empresas Precisam Fazer?
Para atrair e reter talentos da Geração Z e Millennials, as organizações devem:
Comunicar claramente como a IA será usada no trabalho.
Investir em mentoria e desenvolvimento de habilidades interpessoais.
Redesenhar trajetórias de liderança com mais flexibilidade.
Oferecer propósito aliado a segurança financeira.
Parcerias com instituições educacionais para capacitação prática.