Do Texas para Washington, conheça a trajetória da nova secretária de Agricultura escolhida por Donald Trump para comandar o poderoso setor agroamericano.
A partir desta segunda-feira (20), o Jamie L. Whitten Building, no coração de Washington, será o novo local de trabalho de Brooke Rollins. Advogada de 52 anos e residente em Fort Worth, Texas, Rollins foi escolhida por Donald Trump, que assume pela segunda vez a presidência dos Estados Unidos, para liderar o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Com cerca de 100 mil funcionários distribuídos em 4.500 escritórios pelo mundo, incluindo três no Brasil, o USDA é uma das mais importantes instituições do país. Rollins, agora à frente desse gigante, terá desafios de peso, como lidar com as tensões comerciais entre EUA e China e os crescentes custos para os agricultores locais.
Do Interior do Texas ao Comando do USDA
A ligação de Rollins com o agro vem de longa data. Criada em uma fazenda em Glen Rose, uma cidadezinha de 3 mil habitantes, ela passou os verões cultivando milho, batata e soja com a família em Minnesota. Formada em desenvolvimento agrícola pela Texas A&M University em 1994, construiu uma sólida carreira no direito e na política, passando por escritórios renomados e atuando como assessora de ética e políticas no governo de Rick Perry, ex-governador do Texas.
O ápice de sua visibilidade política veio em 2017, quando Rollins liderou a política interna da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump. Além disso, fundou o America First Policy Institute, um think tank conservador que apoia a agenda pró-EUA e impulsionou sua atuação em defesa dos agricultores americanos.
O Agro nos EUA: Um Gigante Econômico
O agronegócio é um pilar da economia americana, movimentando cerca de US$ 1,537 trilhão em 2023 — 5,5% do PIB do país. As fazendas, com destaque para milho, soja, trigo e carnes, geraram US$ 222,3 bilhões desse total. Apesar da grandiosidade, o setor enfrenta desafios, como o envelhecimento dos produtores: quase 40% deles têm 65 anos ou mais.
Desafios e Expectativas
Rollins chega ao USDA com uma agenda voltada para revitalizar as comunidades agrícolas e promover a autossuficiência alimentar. Em sua nomeação, mais de 400 organizações agrícolas enviaram cartas ao Senado defendendo sua aprovação. O apoio é reflexo de sua experiência no agro e no setor político.
O Brasil no Radar do Agro Americano
Embora o comércio agrícola entre Brasil e EUA ainda não seja prioridade para eles, o mercado brasileiro tem ganhado relevância. Em 2024, as exportações do Brasil para os EUA bateram recorde, alcançando US$ 40,3 bilhões, com destaque para carne bovina, café e suco de laranja.
Com uma líder experiente e alinhada à agenda de Trump, o futuro do agro nos EUA promete movimentar não apenas o mercado interno, mas também as relações internacionais. Resta saber como Brooke Rollins lidará com as expectativas e os desafios de liderar um dos setores mais estratégicos do país.