Elas já representam 15,66% dos traders profissionais cadastrados, um salto impressionante em relação aos 2,5% de 2021.
A presença feminina no mercado financeiro está crescendo em ritmo acelerado, especialmente no day trade, segmento que se destaca por negociações de curtíssimo prazo. Esse avanço reflete mudanças culturais e o empoderamento das mulheres em áreas tradicionalmente dominadas por homens.
De acordo com a B3, a participação feminina na bolsa de valores saltou de 1,154 milhão em 2021 para 1,539 milhão em setembro de 2024, um aumento de 33%. Mas é no universo do day trading que esse crescimento chama mais atenção. Dados da Axia Investing, plataforma especializada no setor, mostram que o número de mulheres cadastradas quintuplicou nos últimos três anos, saindo de modestos 2,5% para expressivos 15,66%.
Flexibilidade como Atrativo
O que atrai tantas mulheres ao day trade? A flexibilidade é um dos grandes diferenciais. A bióloga Tatiana Helena Rodrigues Lima, de São José do Rio Preto, é um exemplo inspirador. Cansada da rotina rígida em um emprego público, ela viu no trading uma alternativa para equilibrar trabalho e qualidade de vida.
“Comecei a estudar o mercado financeiro em 2020 e, depois de algumas pesquisas e testes, me conectei a uma plataforma em 2023. Hoje opero dólar e índice, continuo estudando e incentivo outras mulheres a entrarem nesse mercado. Sim, é possível ganhar dinheiro e, sim, funciona!”, afirma Tatiana.
Já Isabela Soares, de Salvador, Bahia, viu no trading uma solução prática para manter sua casa enquanto concluía a faculdade de medicina. “Consegui pagar os R$ 12 mil da minha formatura, ajudei minha mãe durante a pandemia e ainda mantenho minha renda”, conta. Ela opera em média de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês, mas destaca que é preciso se adaptar à oscilação dos ganhos. “A flexibilidade é incrível! Trabalho de manhã na bolsa e, à tarde, no hospital.”
Desafios e Conquistas
Embora o day trading ofereça vantagens claras, como horários flexíveis e a possibilidade de operar de qualquer lugar, ele exige dedicação, disciplina e equilíbrio emocional. “É uma profissão, não um hobby”, explica Leonardo Megale, cofundador da Axia Investing. Segundo ele, o mercado ainda enfrenta barreiras culturais que dificultam a entrada de mais mulheres.
“A ideia de que a mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos enquanto o homem trabalha fora precisa ser revista,” reforça Isabela. “Com o trading, muitas donas de casa podem ter sua própria renda enquanto cuidam dos filhos.”
Megale acredita que o aumento da participação feminina é uma tendência natural. “A informação está mais acessível, e as mulheres estão percebendo que o trading pode ser uma fonte de renda adicional que se ajusta ao cotidiano, especialmente para quem trabalha em home office.”
Uma Nova Geração de Traders
Com histórias inspiradoras como a de Tatiana e Isabela, fica claro que o day trading é mais do que um mercado financeiro – é uma porta de entrada para o empoderamento feminino. Mais do que números, esses avanços representam uma transformação social, onde as mulheres estão assumindo posições de destaque e mostrando que o sucesso não tem gênero.
Seja para complementar a renda ou para transformar a carreira, o trading está abrindo caminhos para um futuro mais equilibrado e inclusivo. E as mulheres estão prontas para liderar essa mudança.