Preconceito pela idade está levando mulheres a busca pelo empreendimento próprio.
Etarismo é o nome que se dá a discriminação etária, sendo uma discriminação contra pessoas ou grupos baseados em idade ou geração. Baseado nessa informação, você se lembra se em alguma ocasião você sofreu etarismo? No seu ambiente de trabalho ou até mesmo entre a sua família?
Recentemente, um estudo feito pela Harvard Business Review apontou que mulheres sofrem com etarismo no ambiente de trabalho independentemente da sua idade. As situações mais frequentes sofridas pelas mulheres estudadas são: ou as mulheres são consideras jovens demais, ou sofrem discriminação por estarem acima dos 40 anos.
Muitos recrutadores não contratam mulheres na faixa dos 40 anos devido as responsabilidades familiares (cuidados com os filhos ou netos por exemplo), além de questões de saúde, como a menopausa. Enquanto que mulheres na faixa dos 50 e 60 anos além de enfrentarem discriminação pela idade também sofrem pela sua aparência. Homens em ambas essas faixas etárias geralmente estão em cargos altos e não possuem esse tipo de cobrança ou passam por situações do tipo.
Em outra pesquisa realizada no começo de 2024 pela Women of Influence+ (WOI+), mais de 1.000 mulheres de 46 países participaram do estudo “Explorando o Impacto do Etarismo nas Mulheres no Local de Trabalho”. Resultados apontaram que 77,8% já enfrentaram algum tipo de discriminação pela idade no trabalho, e 80,7% já testemunharam outras mulheres sendo tratadas de forma diferente por conta da idade. Ainda foi apontado que profissionais de todos os níveis discriminam com base na idade (isso inclui o RH, colegas de trabalho, clientes, gerentes e executivos), sendo os homens identificados como os principais etaristas (esse comportamento foi visto principalmente em: funções de RH, liderança executiva e posições de cliente ou fornecedor). No entanto, mulheres também estavam envolvidas na discriminação etária.
Fonte: Forbes
Ao passar por essas situações desagradáveis, é comum que nos sintamos desmotivadas a querer trabalhar ou até mesmo tenhamos uma visão pessimista para nossa vida e sobre o nosso envelhecimento. Mas para algumas mulheres, este foi o pontapé para a tomada de decisão de empreender. Muitas utilizaram essas experiências como impulso para criar e gerir seus próprios negócios. Muitas optam por seguir carreiras alternativas, como consultoria, coaching, empreendedorismo ou freelance. Dessa forma elas possuem uma liberdade muito maior, podendo utilizar sua experiência e habilidades em ambientes onde o preconceito é reprimido, criando oportunidades novas.
De acordo com dados apresentados pelo Sebrae, o número de empreendedoras por volta dos 40 anos cresceu muito nos últimos anos e atingiu a sua maior marca em 2022, com mais de 10 milhões de mulheres com seus próprios negócios.
Embora o começo seja desafiador, o investimento em algo seu pode ser extremamente recompensador, possibilitando um horário muito mais flexível, independência no mercado de trabalho, além de te permitir trabalhar da forma como você desejar.
Exemplos de mulheres que começaram a empreender acima do 40 anos:
Luiza Helena Trajano: fundadora do Magazine Luiza, criou a empresa nos anos 90, quando já havia passado dos seus 40 anos. A Magazine Luiza é uma das maiores lojas de móveis e eletrodomésticos do Brasil, com mais de 700 lojas físicas, sendo marca presença em 16 estados brasileiros. Ela faz parte de um seleto grupo de mulheres empreendedoras com fortuna de cifras bilionárias.
Ana Fontes: Após 17 anos trabalhando como executiva, Ana pediu demissão e decidiu abrir a sua própria empresa. Ela é fundadora da Rede Mulher Empreendedora, organização que busca abrir portas para que outras mulheres seguissem seu caminho. A plataforma online conta com mais de 57 mil mulheres cadastradas, contando com os diversos serviços prestados.
Maria José de Lima Freitas (Mazé): Aos 44 anos, depois de perder o seu emprego de faxineira e passar mais de 1 ano desempregada, ela resolveu empreender no mundo dos doces, abrindo a Mazé Doces. Hoje possui 25 funcionários e produz 100 toneladas de doces anualmente (faturamento médio: R$ 1 milhão anual).
Mônica Burgos: Era desejo de Mônica ter uma empresa que produzisse cremes extremamente cheirosos, e ela foi atrás disso. Tendo uma carreira como especialista em marketing digital e sendo mãe de 3 filhos, ela deu o seu pontapé e foi atrás de seguir o seu próprio sonho. E hoje a Avatim possui 6 lojas próprias, mais de 50 franqueados e um faturamento multimilionário.