Análises sobre maternidade e seus conflitos, por Daiane Gava.
A chegada do primeiro filho tende a baixar em 70% a satisfação da relação conjugal! (por isso, nunca considere ter um filho para salvar uma relação!) E pudera, pois é um momento em que novos papéis precisam ser aprendidos, novas necessidades precisam ser negociadas e tudo isso em meio à privação de sono (que altera significativamente o humor), medos e inseguranças que perpassam os pais, agora responsáveis por cuidar de um ser tão frágil.
A luta para EVITAR a crise e manter um nível de idealização no casal não é saudável. Intimidade exige entrar em contato com as diferenças individuais. É fundamental existir uma luta para SUPERAR a crise e esse processo envolve muito diálogo, flexibilidade. Lembre-se: ceder não é se submeter! Quanto maior a habilidade de negociação do casal, maior a chance de conseguirem superar essa crise. Construir (o que envolve investimento constante) uma relação conjugal saudável pode contribuir – e muito – na formação de uma boa dupla também enquanto pais.
E como resolver os conflitos dessa crise PREVISTA da chegada dos filhos? A comunicação é o segredo para a resolução de conflitos (ou a instauração e perpetuação dele)!
É impossível não se comunicar! Não falar também é se comunicar!
E, toda a comunicação tem 2 aspectos: Comunicação (o que quero comunicar) e Forma (como comunico, o jeito, o tom de voz). Em geral, a FORMA inadequada de expressar um CONTEÚDO, adiciona um problema além do conteúdo em si, que muitas vezes fica em segundo lugar.
O jeito que falamos o conteúdo estabelece a forma como o outro responde.
Procure entrar entendendo, colocando-se no lugar do outro; faça pedidos ao invés de acusações, cuide com o tom de voz e a expressão corporal.
Muitas vezes só conseguimos fazer isso quando não estamos num nível de raiva tão elevado que nos impede de termos nossa racionalidade preservada. Se for o caso, primeiro busque autorregulação emocional, deixe baixar a “onda da emoção” e então converse. A maior parte das situações podem esperar. É melhor não tentar resolver o problema quando estamos sob uma forte ativação, pois a chance de só agravá-lo aumenta!
Invista em cuidar da relação conjugal. Não somos modelos apenas de mãe e pai para nossos filhos. Somos modelo de esposa, esposo, filhos, profissionais, amigos. Quando o casal não está bem, os filhos assumem funções que não são deles na família. Muitas vezes adoecem emocionalmente para manter o sistema familiar unido em prol de um problema. Uma pergunta comum que faço aos pais no consultório: se vocês não falassem sobre os problemas do filho de vocês, sobre o que falariam. Muitas vezes, o problema do filho é a única pauta comum do casal e isso é um problema. Crises são invitáveis, mas podemos escolher evoluir com elas ao invés de sucumbir nelas.
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